VIDRO FINO

A noite é um templo de mármore e vento, onde a alma flutua, livre, inteira. Constrói cada instante do tempo, enquanto o som do cosmos guarda a luta inteira. Há um fundo grave, sem cor nem forma, um pulso lento que embala o vazio. Nele se apaga a poeira da norma, e a terra se aquieta num sopro tardio. É o silêncio, é o brilho, é a redenção da calma que mora em almas serenas. Mergulha na água do tempo que para, onde gestos e objetos repousam em luz. O próprio eu se abre e se ilumina: no centro do nada, tudo se traduz. E o tempo permanece intacto, como vidro fino, até que o próximo dia desmascare a ilusão. EDU LAZARO

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