Mitologias do Colapso
Prometeu acorrentado à própria chama,
tem o fígado devorado sem cura alguma.
Atlas transfere o céu para quem ama,
quando o peso da vida se esparrama.
Sísifo empurra a pedra em subida penúltima,
vê ela rolar de volta em queda catastrófica.
Ícaro voa em cega celebração dopaminérgica,
foge para o alto em busca quimérica.
A rede se curva para segurar o que desaba,
ergue a criança quando alguém se afunda na dor.
Ninguém escolhe tornar-se Atlas ou perdê-lo,
a biologia decide quem sangra e quem voa.
No centro do labirinto o Minotauro espreita:
a fera híbrida da raiva que ninguém aceita.
EDU LAZARO
Para ler o artigo científico que inspirou essa poesia, de minha autoria, como colaborador e membro do site Psiconsultório: https://psiconsultorio.com.br/artigo/a-geometria-da-tragedia-familiar-quando-a-paralisia-neuroquimica-sequestra-a-funcao-paterna-e-impoe-o-mito-de-atlas


