Destroca, retoca, revolta: volta!

Em um instante, tudo ficou diferente. Me estraguei por ti, me envolvi por solidão, jurei que me apaixonei só pela paixão, mas tudo sempre apontou tua direção. Desejei o desejo, pouco me cativa, não queria a água, queria tua saliva, o vício da queda, não o da estrada, quando era teu abraço o que preenchia a falta.Me entreguei sem medir consequência, saltei do penhasco de olhos fechados. Menti que não eras perfeita, meu erro, quando és tudo o que eu quero.Ao fim, quebra de contrato, sem saldo, mereci afeto sintético, o engano. Dormi no asfalto, deixei ir o humano, perdi quem sempre esteve ao meu lado.Me engano em pensar que não foi em vão. Troquei o futuro por montes de surto, não dei paz, tormenta ainda o coração, quando eras tu o destino, não a perdição.Mas a fascinação pulsa o que ainda está vivo. Hoje eu acertaria o que errei no caminho. Por ti, voltaria no tempo sozinho, porque sempre foste o único motivo.Ficou o poema onde devia estar teu corpo, palavras frias no lugar do teu calor. Transformei o erro em versos, e me contorço porque não me tratei enquanto podia ter teu amor.

EDU LAZARO


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