Ruínas
Em mim, a dor deserta, um grito mudo
que a apatia alheia veste de invisível.
No peito, o merecimento que era tudo,
desmerecido em vão, zero validação.
Julgado em cada sombra, em cada passo,
a indiferença ergue um muro e me devora.
Clamo por elos, por um terno abraço,
mas a voz se perde, virei um desconhecido.
O amor que me sustenta é minha ruína,
é a mesma corrente que me arrasta ao chão.
Prende-me à sombra da idealização
já não estou em ti, sou ilusão que declina.
EDU LAZARO


