CRATERA
Num deserto de cimento,
repousa o corpo no chão.
O acalento do gelo no peito:
o mundo ecoou sem espanto.
Onde está o fio da história?
Perdeu-se nas folhas do calendário.
A esperança é porto distante,
mapa que o ontem guarda, solitário.
Guardião de si mesmo em sua sala,
memória que fala, falha e se cala.
Num profundo vácuo ouve? Estrala!
São os versos em dor que fala.
EDU LAZARO


