Parte
Tiraram meu calor e me deixaram febril, com um peito de mármore prestes a rachar. Teu nome, tatuado no meu lado mais frágil, ressoa na carne que tento esconder do ar. Sou marca que pulsa onde tua sombra pesa, sou o templo vazio que ainda te chama. Teu toque, metade veneno, metade promessa acende o que corta e destrói o que acalma. A noite me envolve num véu quase vivo, trazendo teu vulto no escuro do quarto. É funeral lento, cruel e repetitivo, onde amor é ferida e desejo é um pacto. E sigo te amando no abismo que deixaste meu fim, meu início, meu destino que arde. E enquanto vejo, teu navio que lava minha vontade, nesta águas poéticas, parte. EDU LAZARO


