Coração exilado
Roubaram meu calor e me deixaram febril,
como quem desperta num corpo que já não pulsa.
Teu nome percorre meu peito imortal e hostil,
eco de um amor que me salva e me expulsa.
Sou sede que volta, mesmo quando saciada,
sou noite que pesa onde tua lembrança cai.
Teu toque, metade promessa, metade espada
fere como um beijo que nunca se desfaz.
A escuridão me chama pelo lado mais fraco,
traz teu vulto pálido no breu do meu quarto.
É tragédia lenta, escrita sem nenhum pacto,
onde o desejo arde, mas queima tudo por baixo.
E sigo condenado a te amar sem retorno,
meu paraíso amargo, meu eterno abandono. EDU LAZARO


